A equipe de pesquisadores, inclusive do Instituto de Ciências Básicas da Coreia do Sul, disse que a crescente popularidade dos dispositivos vestíveis tornou a coleta de dados de saúde muito mais fácil.
“Ao desenvolver um modelo que prevê episódios de humor com base apenas nos dados do padrão sono-vigília, reduzimos o custo da recolha de dados e melhoramos significativamente a aplicabilidade clínica”.
“Este estudo oferece novas possibilidades para diagnóstico e tratamento com boa relação custo-benefício de pacientes com transtorno de humor”, disse o pesquisador principal Kim Jae Kyoung.
Para o estudo, publicado na revista ‘npj Digital Medicine’, os pesquisadores analisaram dados de 429 dias de 168 pacientes com transtornos de humor. Foram extraídos 36 ritmos sono-vigília, ou circadianos, que foram usados para treinar algoritmos de aprendizado de máquina.
Uma forma de inteligência artificial (IA), um algoritmo de aprendizado de máquina aprende a detectar padrões nos dados nos quais é treinado para fazer previsões sobre o futuro.
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O modelo de IA desenvolvido pela equipe foi capaz de prever episódios depressivos, maníacos e hipomaníacos com uma precisão de 80%, 98% e 95%, respectivamente. “Usando modelagem matemática para dados longitudinais de 168 pacientes, derivamos 36 características do sono e do ritmo circadiano. Essas características permitiram previsões precisas para episódios depressivos, maníacos e hipomaníacos no dia seguinte”, escreveram os autores.
Os pesquisadores descobriram que mudanças diárias em ritmos circadianos são um preditor chave de episódios de humor.
Especificamente, ritmos circadianos atrasados, adormecer e acordar mais tarde durante o dia aumentam o risco de episódios depressivos. Por outro lado, ritmos circadianos avançados – dormir e acordar mais cedo durante o dia – aumentam o risco de episódios maníacos, disseram os pesquisadores.
“Notavelmente, as mudanças diárias de fase circadiana foram os preditores mais significativos: atrasos ligados a episódios depressivos e avanços para episódios maníacos”, acrescentaram os autores do estudo.